domingo, 24 de agosto de 2008

Balanço dos Jogos: Brasil fatura 15 medalhas e repete campanha de Atlanta

POR THIAGO BORGES

Quinto país mais populoso do mundo (aproximadamente 190 milhões de habitantes), décima maior economia global. Gente e dinheiro: condições favoráveis para o Brasil ser uma potência olímpica. A falta de investimentos nos esportes é apontada como causa principal para resultados modestos nas competições internacionais. Nos Jogos de Pequim, encerrados neste domingo (24), o País ficou no 23° lugar no quadro de medalhas – atrás de nações com menor expressão no cenário global, como Jamaica (13°), Bielo-Rússia (16°) e Etiópia (18°).

Na Olimpíada de 2008, a delegação brasileira volta para casa com 15 medalhas na bagagem – repetindo a façanha obtida em 1996, nos Jogos de Atlanta (1996), quando bateu recorde no número de medalhas conquistadas. Das 15, três são de ouro, quatro de prata e oito de bronze.

Das medalhas de ouro, todas são inéditas. A primeira veio da natação, mas não de Thiago Pereira – apontado como promessa de pódio. Foi César Cielo, novo recordista mundial nos 50 metros livre, quem cantou o hino nacional brasileiro no Cubo Aquático de Pequim.

Depois foi a vez da atleta Maurren Maggi, no salto em distância. Com 7m04, ela garantiu primeiro lugar e entrou para a história como a primeira mulher brasileira a ficar com o ouro em uma prova individual. Vale lembrar que ela foi impedida de participar dos últimos jogos, em Atenas, por ser pega no exame anti-doping.

O terceiro ouro veio do vôlei feminino. Comandada pelo técnico José Roberto Guimarães, campeão olímpico em 1992 com o time masculino, a seleção feminina do Brasil chegou à final com uma campanha respeitável: havia vencido todos os sets disputados. Na final, elas perderam um dos sets para as norte-americanas, mas saíram do jogo com o placar de 3 a 1 – o que garantiu a medalha dourada.




EUA no meio do caminho
Eles não conseguiram ficar em primeiro lugar no quadro de medalhas (ocupado pela anfitriã, China), mas os Estados Unidos conquistaram alguns de seus ouros em cima do Brasil. Foi assim no futebol feminino, no vôlei de quadra masculino e no vôlei de praia masculino e feminino.

Os norte-americanos foram abaixo do esperado em provas de atletismo, por exemplo. Entretanto, tiveram o desempenho esperado no basquete, na natação (graças a Michael Phelps, com oito ouros) e outras modalidades de menor repercussão.

Surpresas e decepções
Ninguém esperava que eles conseguissem chegar ao pódio. Poucos sequer sabiam de sua existência, quanto mais imaginar uma medalha olímpica. Foi o caso de esportistas como as velejadoras Isabel Swan e Fernanda Oliveira, da classe 470, que garantiram bronze inédito ao País. Também foi o caso de César Cielo que, antes do ouro, quebrou o jejum de oito anos sem medalhas na natação para o Brasil e levou o bronze nos 100 metros livre. No taekwondo, Natália Falavigna, da modalidade acima dos 67 quilos, garantiu outro bronze inédito para Brasil.


Mas nem tudo foi como se esperava. No futebol masculino, o Brasil fracassou mais uma vez e ficou com o bronze. No hipismo, sequer houve medalha. No atletismo, Fabiana Murer teve sua vara extraviada e obteve desempenho inferior ao esperado após todo o estressado vivido. Já Jadel Gregório acabou em sexto no salto triplo. Diego Hypólito, favorito na ginástica artística masculina, caiu sentado na prova do solo e também terminou em sexto. Daiane dos Santos, que pisou fora do tablado, e Jade Barbosa, que tropeçou, também ficaram fora do pódio.

Veja abaixo quem ganhou o quê para o Brasil:

Ouro:
.César Cielo – natação (50 m livre)
.Maurren Maggi – atletismo (salto em distância)
.Seleção feminina de vôlei

Prata:
.Robert Scheidt e Bruno Prada – vela (classe Star)
.Seleção feminina de futebol
.Márcio e Fábio Luiz – vôlei de praia masculino
.Seleção masculina de vôlei

Bronze:
.Isabel Swan e Fernanda Oliveira – vela (classe 470)
.Ricardo e Emanuel – vôlei de praia masculino
.Seleção masculina de futebol
.Leandro Guilheiro – judô (até 73 kg)
.Ketleyn Quadros – judô (até 57 kg).
.Tiago Camilo – judô (até 81 kg)
.César Cielo – natação (100 m livre)
.Natalia Falavigna – taekwondo (acima de 67kg)

16 comentários:

Anônimo disse...

Ver a Mauren Maggi vencer nesta Olimpíada foi emocionante! Ela que foi acusada de dopping anos atrás, mostrou da maneira mais linda, que é uma esportista séria e trouxe uma medalha inédita para o Brasil, o ouro no Atletismo ganho por uma mulher.

Esporte Unisa 2008 disse...

Sueli Reis

Os atletas foram à Pequim em busca não só de medalhas mas de reconhecimento. Mostraram que com garra, determinação e perseverança pode-se alcançar o impossível. Isso vale também para os brasileiros, apesar de poucos terem conquistado medalhas. O fato de estar lá já é uma vitória. Espero que o esporte brasileiro conquiste este reconhecimento e que o Brasil saiba vencer no quesito "educação pelo esporte". Alguns exemplos mostram que este é o caminho.

Anônimo disse...

Essas medalhas conquistadas pelos atletas brasileiros devem ser creditadas única e exclusivamente aos ATLETAS BRASILEIROS e suas comissões técnicas.

Salvo raras exceções, como a do vôlei, futebol e ginástica, por exemplo, a estrutura e o apoio oferecidos pelo governo brasileiro são pífios.

O desempenho do Brasil nas Olimpíadas não é fruto do esforço e do suor da Nação, mas do esforço, suor e, acima de tudo, dedicação de alguns heróis-atletas, ou atletas-heróis.

É nas costas de persistentes e lutadores Cielos, Hypólitos, Maggis e outros poucos que recaem toda a pressão e a cobrança de um povo exigente, e que não está nem aí para a tal inexistência de estrutura e apoio.

Então, os parabéns e os méritos devem ir aos atletas brasileiros e somente à eles.

Anônimo disse...

Com o fim das competições dos Jogos Olímpicos de Pequim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou como “razoável” a participação brasileira nessa edição.

Lula destacou que o país conseguiu conquistas em certas modalidades em que “não tinha o hábito de ganhar”. Ele elogiou o desempenho da brasileira Maurren Maggi, ouro no salto em distância, e também da seleção feminina de vôlei, que também faturou a medalha dourada.

Para o presidente, o nadador César Cielo, o primeiro campeão olímpico da história da natação brasileira, é uma “demonstração” de que o país pode melhorar.

Anônimo disse...

O ministro do Esporte, Orlando Silva, avaliou nesta segunda-feira que a participação do Brasil nas Olimpíadas de Pequim foi boa, diferente do que disse o presidente Lula, em seu programa semanal “Café com o Presidente”. Lula avaliou a presença brasileira na China apenas como razoável.

Anônimo disse...

Ouvi a declaração do presidente hoje de manhã. A avaliação dele é lastimável. Os atletas brasileiros tiveram um ótimo desempenho, se levarmos em conta que não recebem praticamente nenhum incentivo. Se recebem, na maioria das vezes é de empresas privadas. Se ele achou o desempenho razoável, que invista no esporte.

Anônimo disse...

Natacha Cintra


É uma pena ver que as grandes apostas do País para medalhas de ouro não conseguir atingir os objetivos.
Quem sabe se o Hypólito tivesse se empenhado no salto nao teria voltado para casa com uma dourada no pescoço.

Já o futebol...Não há muito o que dizer. As mulheres deram um show e os homens talvez já estejam satisfeitos com os milhões na conta bancária.

Anônimo disse...

Foram muitas alegrias e surpresas. E que surpresas! Quem diria que numa competição mundial como a que foi organizada pela China, com tanta pompa, aconteceria o sumiço do equipamento de uma atleta? E justamente o da brasileira Fabiana Murer, que dois meses antes dos jogos olímpicos atingiu a marca de 4,80 m na disputa pelo Troféu Brasil, a mesma alcançada pela adversária norte-americana Jennifer Stuczynsky, medalha de prata nos jogos de Pequim.

Foi uma pena. A oportunidade que passou não voltará mais e nós ficamos sem saber se Murer superaria seu recorde, se ficaria com o bronze ou se não saltaria bem nem para merecer uma medalha.

Para nós ficou a decepção e a dúvida de não saber o que aconteceu ao certo: se uma distração de alguém, se a pura desorganização ou se simplesmente uma tal má sorte cruzou o caminho de Murer e de todos os brasileiros.

O que ficou, sem dúvida, foi a mágoa de lembrar que naquele dia faltou uma vara.

Anônimo disse...

Sem dúvidas foi a Olimpíada dos recordes batidos.

Michael Phelps mostrou-se imbatível na piscina do Cubo D'água e conquistou as 8 medalhas de ouro que disputou.

O raio jamaicano,Usain Bolt, bateu com facilidade o recorde dos 100m rasos, uma das competições mais importantes dos Jogos.

E falando do Brasil, não considero ruim a participação do país nos Jogos, tendo em vista a falta de investimento no esporte. O futebol que é patrimonio nacional e o único esporte em que há investimento, foi a nossa maior decepção.

Quem sabe aprendam agora a dar valor aos esportes menos conhecidos, porém, mais vitoriosos.

Anônimo disse...

Foi interessante ver a cobertura da mídia brasileira, nesses dias de Jogos Olimpícos. Com a ausência de medalhas e pódios do Brasil, a criatividade de pauta ficou meio comprometida.
Por diversas vezes as matérias da tv enfatizaram quanto nossos atletas são emotivos...Jade Barbosa, César Cielo, Maurren Maggi, imagens repetidas até a exaustão.
No caso das emissoras de tv que não tinham o direito de exibição dos jogos, foi muito comum ver matérias curtas, ou pequenos resumos do dia olimpíco.
Nos principais jornais impressos a repetição de temas também foi freqüente. No mesmo dia, dois desses jornais trouxeram matérias falando sobre a alimentação da equipe de natação americana.
Mas, entre erros e acertos, o desafio de permanecer, por quase um mês cobrindo os temas olimpícos é uma atividade de superação diária.

Anônimo disse...

Sophia, filha de Maurren Maggi, virou celebridade ao cobrar da mãe a medalha de prata. Apesar do sucesso da atleta, que trouxe o ouro para o Brasil, a pequena insistia que preferia a prata. Durante entrevista coletiva nesta terça-feira, Sophia arrancou gargalhadas de todos os presentes ao responder às afirmações de que o ouro era mais importante. "Então eu quero a de prata e a de ouro!", retrucou a menina

Anônimo disse...
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Anônimo disse...

O jornal Metro publicou hoje uma matéria sobre o investimento brasileiro para as olímpiadas de Pequim. Segundo o jornal, "a União injetou quase R$ 700 milhões no Comitê Olímpico Brasileiro e nas
confederações nos quatro anos este ciclo olímpico".

Isso na forma de patrocínios de estatais, em recursos obtidos com a Lei Piva e Lei de Incentivo ao Esporte ou em verba do inistério
do Esporte.

Em Atenas (2004)foram gastos
menos de R$ 300 milhões.

Pedro

Anônimo disse...

comparar o número de medalhas de Atenas com Pequim é fácil, mas na competição que ocorreu nos EUA, a delegação brasileira com um todo estava repleta de grandes ídolos como Oscar, Hortência, Janete. Nossa delegação é bem jovem e está em uma fase de adaptação ao alto padrão olímpico da atualidade. Vejam na ginástica, por exemplo, começamos com uma ginasta nos jogos olímpicos, hoje temos uma equipe. CADA atleta e sua respectiva comissão técnica merece parabéns nesses jogos.

Esporte Unisa 2008 disse...

Já assistiram aquela propaganda eu sou brasileiro e não desisto nunca?
Assistindo as Olimpíadas pude perceber que que o jargão apesar de servir apenas para auto-promoção está correto. Afinal, a maioria dos esportes que trouxeram medalhas para o país forma aqueles "esquecidos". Aqueles como já foi dito aqui sem investimento e apoio do governo, e esse êxito é graças aos atletas brasileiros que apesar da pecária estrutura não desistem nunca.



Mas, é claro como sempre existem as exceções.

Sem querer menosprezar o esforço de ninguém mas, a final masculina de vôlei de praia não foi como o esperado, os americanos poderiam até ser considerados superiores, mas perder no último instante de 15 a 6 é ridículo né.

Esporte Unisa 2008 disse...

Aline Silva


Já assistiram aquela propaganda eu sou brasileiro e não desisto nunca?
Assistindo as Olimpíadas pude perceber que que o jargão apesar de servir apenas para auto-promoção está correto. Afinal, a maioria dos esportes que trouxeram medalhas para o país forma aqueles "esquecidos". Aqueles como já foi dito aqui sem investimento e apoio do governo, e esse êxito é graças aos atletas brasileiros que apesar da pecária estrutura não desistem nunca.



Mas, é claro como sempre existem as exceções.

Sem querer menosprezar o esforço de ninguém mas, a final masculina de vôlei de praia não foi como o esperado, os americanos poderiam até ser considerados superiores, mas perder no último instante de 15 a 6 é ridículo né.